Curvatura peniana pode ter resolução completa da dor: Entenda!
Muitos homens com Doença de Peyronie, que acabam não tratando a doença, podem ter melhora ou estabilização da curvatura peniana. Além disso, muitos pacientes podem ter a completa resolução da dor.
Em recente estudo envolvendo 700 homens, 162 (23%) responderam um questionário enviado por e-mail. Neste grupo, a duração média da doença era de 8,4 anos. Quando impelidos a responder sobre como sua doença havia progredido desde o diagnóstico, 38% dos pacientes afirmaram que estava melhor, 36% disseram que não havia ocorrido alteração e 26% responderam que havia piorado. É o que afirma o pesquisador principal, Dr. Matthew Ziegelmann, da Mayo Clinic em Rochester, MI.
Dentro do universo de pacientes que respondeu o questionário, 86% afirmaram que tinham algum grau de tortuosidade peniana como forma de apresentação inicial da doença. Esta curvatura, ao longo do tempo, melhorou ou se desfez em 43% desses pacientes; permaneceu estável em 37% e piorou em 20% dos entrevistados. Estes achados não estão de acordo com dados reportados previamente e assumidos como sendo a história natural da doença, afirmam os investigadores.
Doença de Peyronie: Sintomas
A doença de Peyronie é uma enfermidade onde há a formação de placas calcificadas dentro dos tecidos da túnica albugínea (uma das camadas do pênis). Quando o pênis sai do estado de flacidez para o de ereção, a túnica albugínea se alonga acompanhando os demais tecidos do órgão sexual. Ao ter placas calcificadas no seu interior, essa porção de tecido não consegue se distender, fazendo com o pênis se curve de maneira não anatômica. Com isso, pode haver dor durante a ereção (principalmente nas fases iniciais da doença), dor à penetração (tanto no homem como na mulher) e, em casos mais extremos, impossibilidade de penetração devido à acentuada tortuosidade,
Embora a doença de Peyronie tenha sido inicialmente descrita na literatura médica no século XVIII, são limitados os dados sobre como a doença se comporta – tecnicamente chamado de história natural da doença. O Dr. Ziegelmann relata que a primeira publicação onde é abordada a história natural da doença ocorreu em 1970 – quando pesquisadores descreveram a resolução espontânea dos sintomas em 50% dos pacientes (em um pequeno estudo de coorte).
Doença de Peyronie: Cura natural – é possível? Saiba mais!
Um novo estudo feito para avaliar a evolução natural da doença, realizado duas décadas depois, incluiu 97 pacientes já no momento inicial do diagnóstico. Neste grupo, 13% dos pacientes relataram que a doença gradualmente desapareceu; o restante descreveu estabilização ou piora da doença.
Em estudo mais recente, datado de 2006, 246 pacientes foram acompanhados desde o início da doença. Ao longo dos 12 meses do estudo, 48% dos pacientes informaram que a curvatura peniana havia piorado.
“A partir dos poucos estudos publicados até o momento, nós passamos a oferecer tratamentos conservadores para os pacientes com a doença de Peyronie, principalmente levando em consideração a perspectiva do paciente”, informou o Dr. Ziegelmann.
Os pesquisadores também ressaltaram que pacientes com menos de 5 anos de doença são mais propensos a relatarem que a sua condição de doença está pior quando comparados com aqueles com mais tempo de doença.
Por fim, o grupo de pesquisadores concluiu que, ao contrário de publicações anteriores, a maioria dos homens com doença de Peyronie experimentam a estabilização ou melhora da curvatura peniana, resolução da dor e diminuição do encurtamento peniano ao longo do tempo. “As informações colhidas nessa pesquisa nos ajudarão a compreender e aconselhar melhor os pacientes com diagnósticos recentes da doença”, concluiu o Dr. Ziegelmann.