Os rins constituem sofisticado sistema de filtração do sangue, o que resulta na produção de urina.
A urina produzida é transportada até a bexiga urinária pelo sistema coletor, também denominado via excretora, constituída pelos cálices e pelves renal, e pelo ureteres. Na bexiga, a urina fica armazenada até que seja eliminada pela uretra, através da micção.
O que é o câncer das vias excretoras
É uma doença na qual células tumorais são encontradas na camada que reveste internamente as vias excretoras. Esta camada é denominada urotélio, e reveste também o interior da bexiga urinária. Desta forma, toda a urina produzida pelos rins ficará em contato com o urotélio até que seja eliminada.
A presença constante de urina nas vias excretoras expõe o urotélio às diversas substâncias que são filtradas pelos rins e que, eventualmente, poderão ser carcinogênicas (propiciam alterações celulares, tornando-as cancerosas) para o tecido urotelial.
O câncer das vias excretoras comporta-se de forma semelhante quer envolva os cálices e pelves renal ou ureteres, já que estes estão revestidos por um mesmo tecido.
Riscos
Estatísticas recentes confirmam que o câncer das vias excretoras são relativamente raros.
Entre os tumores das vias excretoras, 75% deles acometem a pelves ou os cálices renais, e apenas 25% são ureterais. São mais frequentes nos homens, mas as mulheres acometidas pela doença costumam evoluir de forma mais sombria.
Um dos principais fatores desencadeantes da doença é o fumo, sendo que o risco será maior conforme o número de anos que o indivíduo fumar.
O uso crônico do analgésico fenacetina e da erva Aristolochia fangchi, utilizada para emagrecimento, estão nitidamente relacionadas ao desenvolvimento desta doença.
Sintomas
O sintoma principal é a hematúria (presença de sangue na urina). Contudo, este é um sintoma inespecífico, e pode ocorrer em diversas outras doenças, benignas ou malignas.
Outro sintoma observado é a dilatação das vias excretoras determinada pela obstrução da passagem da urina, e a consequente retenção desta no sistema coletor, decorrente da presença do tumor. Essa situação pode ser identificada incidentalmente durante um exame ultrassonográfico do abdômen, solicitado para avaliar algum outro sintoma que o paciente possa vir a apresentar.
Diagnóstico
Caso o paciente tenha apresentado hematúria, o médico, para investigar a causa, solicitará alguns exames radiológicos (urografia excretora, tomografia computadorizada) ou ultrassonografia, com a finalidade de avaliar as vias excretoras.
A presença de alterações radiológicas ou ultrassonográficas sugestivas de câncer das vias excretoras indicam a necessidade de um exame endoscópico da região (ureteroscopia). O objetivo é confirmar a doença e coletar material (biópsia) para estudo das características do tumor (anatomopatológico). Poderá também coletar amostras de urina (citologia urinária) na tentativa de identificar células tumorais que se desprenderam do tumor.
Algumas vezes esta endoscopia prévia não é possível de ser realizada e, se as suspeitas de câncer forem fortes, o médico poderá optar diretamente pelo tratamento definitivo.
Tratamento
A forma de tratamento dependerá de diversos fatores, como tamanho da lesão, comprometimento do local envolvido, características das células tumorais, condições de saúde, idade, etc. Eles serão são definidos nos exames realizados previamente.
A maioria desses tumores é tratado através da retirada do rim e do ureter envolvidos (nefroureterectomia), já que, comumente, a doença compromete difusamente o urotélio.
Nos tumores do ureter bastante próximos à bexiga, o rim poderá ser preservado, situação que obriga a reinserir novamente na bexiga o restante do ureter não comprometido.
Também é possível, em casos excepcionais, o tratamento por endoscopia.
O uso de quimioterapia fica destinado àqueles tumores que já se espalharam para outros órgãos (metástases).
Fonte: hospitalsiriolibanes.org.br