Priapismo é uma ereção prolongada, por mais de 3 horas, persistente, geralmente dolorosa e sem estímulo sexual.
Ela pode aparecer em homens de qualquer idade, com incidência maior em homens acima de 40 anos, sendo 2,9 casos para cem mil habitantes, contra 1,5 casos para quem ainda não atingiu essa idade (Urology® Journal). Mesmo tendo uma baixa ocorrência, é importante estar atendo aos sintomas, pois ela pode trazer consequências desconfortáveis caso não seja tratada no momento certo.
A seriedade do assunto exige um conhecimento sobre esta doença para que você saiba identificá-la caso aconteça com você.
Tive priapismo, e agora?
Se o seu pênis permanece ereto por mais de três horas, sem estímulo físico ou psicológico, é bem possível que este seja o diagnóstico. É claro que apenas uma consulta médica poderá confirmar isso, mas é importante tomar uma ação imediata.
Em primeiro lugar, procure uma emergência para reverter o quadro de ereção. Isso pode ser feito por meio de medicamentos ou drenagem do sangue com um catéter, a depender de cada situação.
Com isso resolvido, não deixe de marcar uma consulta com urologista para fazer os exames necessários, buscar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado para evitar que o Priapismo volte a acontecer ou evolua para algo mais grave.
Causas e tipos de Priapismo
Há dois fatores que podem causar o Priapismo. Chamamos de baixo fluxo quando o sangue enche os corpos cavernosos e não é renovado. A ereção é mantida, porém, sem oxigenação no sangue. Isso leva à morte das células, causando fibroses e cicatrizes no interior do pênis que podem levar à impotência sexual.
Já o Priapismo de alto fluxo acontece devido a um trauma peniano que pode levar a um aporte de sangue maior e mais constante para dentro do pênis. Embora menos grave que a primeira situação, pois o sangue continua sendo renovado sem provocar a morte das células e demais consequências, ainda assim é preciso procurar um médico para fazer o tratamento o mais rápido possível e evitar que o problema se agrave.
Importante salientar que só um urologista será capaz de afirmar se o priapismo existente é de baixo ou alto fluxo.
Quais os tratamentos para Priapismo?
O Priapismo de alto fluxo é mais fácil de resolver. Como o sangue é renovado, não há perigo de necrosar o pênis nem aparecer fibroses que podem levar à impotência sexual. Normalmente o problema é tratado com uma embolização, ou seja, a passagem de um catéter por dentro do vaso para obstruir o local que está abastecendo o pênis de sangue de forma excessiva.
Já no de baixo fluxo é necessário remover o sangue estancado no pênis por meio de pulsões. Se não for tratado com urgência, o sangue parado fica sem oxigenação e provoca a morte das células, o que certamente levará à impotência sexual.
Se chegar nesse estágio, apenas a pulsão não será o suficiente para resolver o problema, já que a dificuldade de ereção permanecerá. Aí que entra a necessidade do implante de uma prótese peniana, que deve ser feito com um especialista no assunto para saber lidar com as fibroses e cicatrizes que dificultam a colocação do implante. A escolha do tipo de prótese vai depender da situação em que o Priapismo se encontra e também da decisão do paciente.
O Priapismo também pode estar associado à Doença de Peyronie, que é uma fibrose na membrana que reveste os corpos cavernosos e pode provocar, além da disfunção erétil, a curvatura, diminuição e afinamento do pênis. Já falamos aqui no blog sobre quando o pênis fica torto e as diferentes formas de tratamento.
Vale destacar que, nos casos em que houver a indicação da prótese peniana, é fundamental recuperar o tamanho e calibre do pênis no mesmo ato cirúrgico, até o limite possível dos nervos e da uretra. Isso vai contribuir para o sucesso do tratamento, para a satisfação do paciente e a retomada da vida sexual.
Dr. Paulo Egydio