A obstrução urológica é a impossibilidade da urina sair da bexiga, ficando retida e causando grande desconforto ao paciente.
A principal causa se deve a um crescimento da próstata, aparentemente benigno, denominado hiperplasia prostática benigna, ocorre uma compressão da uretra( canal urinário do pênis), restringindo e dificultando a passagem da urina para o exterior. Essa obstrução pode também ser decorrente de câncer da próstata, estenose(estreitamento) da uretra e de outras causas menos comuns.
É uma condição muito frequente que ocorre no idoso. A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz, que na maioria dos homens tem um crescimento progressivo decorrente do envelhecimento. Uns homens tem crescimento mais precoce, outros mais tardios, uns mais intensos, outros menos; não há uma explicação para ter maior ou menor crescimento, a não ser a genética; isto é, a semelhança do pai. A grande maioria desses crescimentos, são benignos; a chamada hiperplasia prostática benigna( HPB), entretando, em cerca de 10% se malignizam, tornando-se em câncer da próstata. Portanto, só os exames periódicos podem diagnosticar com precisão qual é o problema prostático.
A próstata é uma glândula exclusivamente masculina, que se localiza na saída da bexiga e o canal urinário( uretra), passa dentro dela. É responsável em produzir o líquido que dá vida ao espermatozóide, sendo muito importante para a fertilidade . Assim, quando o homem ejacula, os espermatozóides que são produzidos nos testículos, são emitidos para a uretra, se misturam com o líquido prostático e são eliminados para o exterior pelo pênis.
As obstruções urinárias que podem acometer as mulheres são mais raras e geralmente decorrentes de cirurgias na bexiga, como perineoplastia ou correção de incontinência urinária.
Os sintomas da HPB ocorrem geralmente após os 50 anos, caracterizados principalmente como diminuição da força e calibre do jato urinário, hesitação para iniciar a micção, gotejamento terminal excessivo, aumento da frequência urinária, começar acordar a noite. Esses sintomas vão piorando lentamente na maioria dos homens, o que justifica muitas vezes a adaptação e a não procura pelo urologista. Com o passar do tempo, a tendência é piorar, com esforço para urinar, as vezes chegando até urinar aos pingos, e; se não houver um tratamento adequado, chegar a retenção( obstrução) urinária total.
O mais importante é diagnosticar a causa da obstrução, afastar a possibilidade de câncer na próstata. Nos indivíduos com HPB, que tenham dificuldades para urinar, usamos medicamentos específicos, seja para abrir a próstata, ou para diminuí-la se estiver muito aumentada. Nos casos, mais severos ou que respondem menos ao tratamento medicamentoso, a cirurgia está indicada, como parece ter sido o caso do presidente. A técnica cirúrgica mais utilizada no mundo, usada rotineiramente em Rio Preto, é a Ressecção Trans uretral da Próstata( RTU), que consiste na introdução de um aparelho pela uretra com uma microcâmera, através do qual procedemos uma raspagem da próstata e sua remoção em pequenos fragmentos. Cirurgia simples, que não afeta a potência sexual ou controle urinário na grande maioria dos pacientes.
A obstrução urinária decorrente de HPB é lenta e progressiva, no início os homens vão se adaptando às condições de jato urinário mais fraco e a sensação de não aliviar após a micção. Quando os sintomas pioram, ou os exames mostram alterações, como crescimento excessivo prostático, resíduo urinário( a urina que continua na bexiga após a micção) ou espessamento do músculo da bexiga( devido a força que o homem faz para urinar), o tratamento está indicado. Se não houver um tratamento adequado, a possibilidade de piora é grande, podendo acontecer sangramentos, infecção urinária ou retenção( Obstrução) urinária, o que necessita a passagem de uma sonda pela uretra para drenar a urina retida na bexiga.
Dr. Miguel Zerati Filho
Fonte: IUN – Instituto de Urologia e Nefrologia