“Diversos sintomas que ocorrem relacionados ao déficit hormonal se sobrepõem ao envelhecimento natural do homem ou mesmo a doenças prevalentes nessa população, o que o torna uma tarefa difícil distinguir de forma exata a verdadeira causa.”
O homem, com o passar dos anos, sofre um processo natural de envelhecimento de suas células gerando inúmeras repercussões no corpo, bem como o declínio progressivo e lento de sua função hormonal, principalmente após os 40 anos. Sabe-se que a mulher, ao chegar próximo aos seus 50 anos, passa por uma parada de sua função reprodutiva e declínio importante de sua função hormonal, a chamada menopausa. No homem idoso, essas mudanças reprodutivas ocorrem de forma lenta e gradual, com sintomas mais sutis. Esse processo é chamado de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).
O hormônio diretamente ligado à função reprodutiva no homem é produzido por células localizadas nos testículos e é chamado testosterona (principal hormônio andrógeno masculino). A partir dos 40 anos, o declínio da testosterona no organismo do homem gira em torno de 1% ao ano. O termo andropausa, comumente utilizado para caracterizar essa condição clínica, não deve ser utilizado, pois diferentemente da mulher, não ocorre uma pausa hormonal, e sim o seu déficit gradativo. O termo correto é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino.
Estima-se que a proporção de indivíduos com mais de 65 anos aumentará significativamente ao longo dos próximos 30 anos. Dados censitários mostram que o número de americanos de 65 anos ou mais aumentará dos aproximadamente 40 milhões atuais para algo em torno de 90 milhões nos próximos 30 anos. Nesse contexto, a prevalência de doenças como câncer, doenças vasculares e declínio hormonal aumentará drasticamente. Sendo assim, a idade é um fator de risco independente para a queda da testosterona e o acompanhamento com médico urologista é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequados dessa condição.
Sintomas
Diversos sintomas que ocorrem relacionados ao déficit hormonal se sobrepõem ao envelhecimento natural do homem ou mesmo a doenças prevalentes nessa população, o que o torna uma tarefa difícil distinguir de forma exata a verdadeira causa. As principais repercussões com a queda da testosterona são a diminuição da libido (desejo sexual), disfunção erétil (dificuldade em ter/manter ereção peniana), aumento da gordura corporal, perda de massa óssea (osteoporose), perda da massa muscular, diminuição dos pelos (barba, cabelo), anemia, depressão e irritabilidade.
Frente à suspeita do declínio hormonal relacionado ao envelhecimento do homem, o urologista, através de uma avaliação clínica completa e com exames laboratoriais complementares, ao estabelecer o diagnóstico correto, passará a oferecer as diversas opções de tratamento. Não há como evitar esse processo natural de envelhecimento humano, mas a manutenção de hábitos saudáveis de vida contribui para prevenção das doenças relacionadas à diminuição dos níveis de testosterona.
A terapia de reposição hormonal com testosterona é segura e eficaz. Está disponível nas apresentações injetável e gel para aplicação diária. O acompanhamento médico desse tratamento é muito importante para a melhora da qualidade de vida do homem, pois não é isento de efeitos colaterais, de modo que necessita ser bem indicado.
Dr. Fernando Meyer – Curitiba, PR
Fonte: Portal da Urologia