A ultrassonografia renal pode não ser o melhor exame para definir o tratamento
A utilização da ultrassonografia, de forma exclusiva, para a detecção e classificação dos cálculos renais (pedra nos rins) pode resultar no manejo inadequado de até 20% dos pacientes.
Em um estudo retrospectivo, onde os pesquisadores analisaram os resultados de 552 pacientes com diagnóstico de litíase renal, identificou-se que a sensibilidade da ultrassonografia foi 54% – quando comparada com os resultados da tomografia computadorizada sem contraste (método padrão-ouro para o diagnóstico). Além disso, o ultrassom tende a superestimar o tamanho real dos cálculos quando estes possuem entre 1 e 10 milímetros de diâmetro.
Por outro lado, fatores como a localização do cálculo ou o índice de massa corporal do paciente não afetaram a sensibilidade do método.
O fato dos cálculos renais poderem ser superestimados pela ultrassonografia impacta diretamente no manejo do paciente pois é fundamentalmente pelo diâmetro das pedras renais que se toma a decisão terapêutica. Cálculos entre 1 e 4 milímetros podem não ocasionar problemas aos pacientes e, por isso, o manejo conservador deve ser adotado. Já em pacientes portadores de cálculos com 5 milímetros ou mais, a intervenção deve ser aconselhada.
Cálculos renais classificadas entre 5 e 10 milímetros pela ultrassonografia tiveram a maior probabilidade (43%) de terem a conduta médica alterada após a realização da tomografia computadorizada.
O uso do ultrassom para o manejo de cálculos residuais ou assintomáticos é limitado devido à sua baixa sensibilidade para cálculos menores e sua inabilidade em precisar o tamanho destes.
Fonte: http://www.urotelles.com.br/qual-o-melhor-exame-para-detectar-calculos-renais-e-definir-tratamento/