O HPV (Papilomavírus humano) está associado às verrugas, independentemente de onde elas se localizem.
Há cerca de 40 anos passou-se a relacionar o HPV ao câncer genital, notadamente o do colo do útero. Portanto, na imensa maioria das vezes, a transmissão se faz por contato sexual.
“… é fundamental que as pessoas, tanto os meninos quanto as meninas, sejam vacinadas antes de iniciarem a atividade sexual”
Como o vírus permanece imperceptível no organismo humano por muitos meses ou até anos, existe o risco de transmissão, seja no homem, seja na mulher. Na dependência do estado imunológico da pessoa, o vírus pode ser eliminado do corpo ou até se multiplicar, levando a doenças a ele relacionadas, sendo a mais grave o câncer.
O homem exerce um importante papel de transmissor do vírus, o que aumenta a chance de câncer de colo uterino nas suas parceiras sexuais.
Quanto mais precocemente se inicia a vida sexual de um indivíduo e na relação direta do número de parceiros com os quais ele mantenha estas relações, a incidência de doenças causadas pelo HPV passa a aumentar significativamente.
O uso de camisinha, importantíssimo na prevenção das mais diversas DSTs, não assegura 100% de proteção contra o vírus, pois as áreas perigenitais expostas e em contato direto com a do parceiro contaminado podem ser palco de doenças, sobretudo as verrugas. Ainda assim, o preservativo é uma ferramenta poderosa na prevenção de doenças outras transmitidas pelo sexo e não se deve esquecê-lo nessas circunstâncias.
Limpeza genital
Outro ponto importante na prevenção de doenças é o asseio genital, antes e após o contato sexual. Isso se torna ainda mais relevante quando consideramos as relações com penetração no ânus, ocasiões em que a camisinha se torna imprescindível. Independentemente da quantidade de germes que habitam o canal anorretal, a presença de HPV nessa área está diretamente relacionada com o surgimento de câncer, notadamente em indivíduos homossexuais.
Através do sexo oral também se transmite o HPV. Há casos de câncer de laringe e cordas vocais causados por esse vírus.
Quando falamos de prevenção, estamos também tentando evitar doenças muito complicadas do ponto de vista de seus tratamentos. Lidar com HPV não é simples. Requer, antes de mais nada, um diagnóstico, quase sempre pouco consistente. Se não conseguimos resolver a questão antes que o câncer se instale, poderemos estar diante de situações muito dolorosas e frustrantes, tanto para o paciente e seus familiares, quanto para aqueles que tratam essas pessoas.
Hoje, graças ao avanço das pesquisas científicas em países desenvolvidos, contamos com vacinas que visam a prevenir as infecções pelo HPV e, consequentemente, o câncer genital, anorretal e da laringe, principalmente.
Com esse intuito, é fundamental que as pessoas, tanto os meninos quanto as meninas, sejam vacinadas antes de iniciarem a atividade sexual. Quanto mais cedo receberem a vacina, tanto mais protegidas elas se tornarão.
Dosagem da vacina
O ideal seriam três doses, com intervalos de dois e seis meses, respectivamente, além de uma dose de reforço cinco anos após a primeira. Porém, os esquemas disponíveis com duas doses também são suficientes para proteger as pessoas contra o HPV, como tem sido preconizado pelo Ministério da Saúde no Brasil.
A vacina também é válida para aqueles indivíduos já infectados pelo vírus e que cursam com recidivas, embora a sua eficácia não seja comparada àquelas pessoas vacinadas de forma mais tenra.
É relevante e fundamental que se frise a necessidade imperiosa do uso da camisinha por pessoas já vacinadas contra o vírus, pois não podemos esquecer que outras dezenas de doenças podem ser transmitidas pelo sexo. E ainda não há vacinas contra elas.
Dr. Sylvio Quadros – Feira de Santana, BA
Fonte: Portal da Urologia