
Fístula urinária é uma comunicação anormal entre um órgão do trato urinário e um outro órgão.
São semelhantes às infiltrações vistas frequentemente em construções antigas, que representam vazamentos de água da tubulação que acabam infiltrando as paredes e causando goteiras.
As fístulas mais comuns do trato urinário são as chamadas fístulas vesicovaginais. Como o nome indica, elas são comunicações anômalas entre a bexiga e a vagina, sem passar pela uretra e portanto sem o controle do esfíncter. Outras fístulas relativamente comuns são as fístulas ureterovaginais (entre um dos ureteres e a vagina) e as vesicouterinas. Homens também podem apresentar fístulas urinárias, sendo as mais frequentes as fístulas enterovesicais (comunicando algum órgão do trato digestivo com a bexiga), prostatorretais (entre o reto e a próstata) e outras.
Causas
As fístulas urinárias podem ser resultantes de trabalho de parto prolongado ou traumático; cirurgias pélvicas ou transvaginais sobre o trato urinário ou órgãos genitais; radiação pélvica; tumores pélvicos; infecções e outras causas menos frequentes.
Sintomas
Tipicamente a paciente apresenta-se com incontinência urinária contínua. Pode ocorrer logo após a retirada de uma sonda no pós-operatório de alguma cirurgia ou após um parto. Por vezes podem aparecer após semanas ou meses. Em pacientes submetidas à radioterapia pélvica o aparecimento da fístula urinária pode levar anos. Outros sintomas possíveis são o aparecimento de dor e formação de coleção de urina na pelve (devido ao extravasamento de urina).
Dependendo do tamanho da fístula e dos órgãos envolvidos, a perda de urina pode ser muito severa ou mesmo intermitente (quando a fístula é pequena). Algumas pacientes podem apresentar uma fístula urinária associada a outra forma de incontinência (como a incontinência urinária de esforço). Estas pacientes precisam ser identificadas, pois podem ser submetidas à correção simultânea dos dois problemas.
Diagnóstico
A história clínica e o exame físico de uma paciente com fístula urinária são a base do diagnóstico. Além disso, são fundamentais para se identificar fatores de risco para recorrência de fístula urinária e para programar o tratamento (geralmente cirúrgico, como discutiremos adiante). Exames endoscópicos (cistoscopia) e radiológicos (urografia, cistografia, tomografia, ultrassom etc.) são fundamentais para localizar precisamente o trajeto fistuloso e avaliar a integridade dos órgãos do trato urinário. Esta avaliação permite ao urologista programar a melhor estratégia de tratamento.
Tratamento
As fístulas urinárias geralmente representam um grande problema para as pacientes portadoras desta enfermidade, pois determinam perdas urinárias contínuas, muitas vezes em grande quantidade e causando odores indesejáveis, necessidade frequente de troca de fraldas, limitação de atividades sociais, limitação da vida sexual, infecções urinárias e desconforto.
O tratamento das fístulas urinárias com medidas conservadoras tem pouca eficiência e a grande maioria das fístulas requer correção cirúrgica. Esta pode ser feita com abordagens variadas, dependendo da localização da fístula, integridade dos órgãos do trato urinário e da preferência e experiência do cirurgião.
Fonte: hospitalsiriolibanes.org.br