O processo de envelhecimento também contribui negativamente para a função da bexiga.
O aumento benigno da próstata (HBP) é uma condição muito frequente na população masculina. Sabe-se que fatores hormonais e genéticos estão relacionados à ocorrência do aumento da próstata ao longo da vida do homem. Estima-se que 40% dos indivíduos na faixa etária entre 60 e 70 anos irão apresentar sintomas urinários em decorrência desse aumento. Isso ocorre porque o canal da urina (uretra) passa através da próstata, levando a urina da bexiga até o meio externo.
“A chamada ‘bexiga fraca’ é uma complicação de difícil tratamento, que pode ser consequência da obstrução crônica gerada pelo aumento benigno da próstata e também pode estar relacionada ao processo de envelhecimento da bexiga”
O aumento do volume da parte mais interna da próstata pode dificultar a passagem da urina e o esvaziamento da bexiga, causando obstrução ao fluxo urinário. Os sintomas mais comumente relatados pelas pessoas que sofrem com essa situação incluem:
- jato urinário fraco
- jato interrompido ou dividido
- sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
- necessidade de ir muitas vezes ao banheiro durante o dia ou à noite
- e gotejamento de urina ao final da micção.
Esses sintomas podem causar prejuízo significativo na qualidade de vida.
Felizmente, há diversos medicamentos disponíveis para o tratamento dos sintomas urinários gerados pelo aumento da próstata. Esses medicamentos podem propiciar melhora do fluxo urinário, facilitar o esvaziamento da bexiga e até mesmo reduzir o volume da próstata.
O médico urologista é o profissional habilitado para avaliar qual o melhor tratamento para cada caso. Essa escolha depende basicamente do tamanho da próstata, da gravidade dos sintomas e do risco de complicações associadas ao aumento benigno. Quando os medicamentos não são efetivos na melhora dos sintomas urinários (ou quando o paciente opta por não usar medicamentos), existe também a possibilidade de considerar tratamento cirúrgico. Existem várias técnicas minimamente invasivas que podem ser indicadas neste contexto. Essas técnicas promovem a remoção da parte mais interna da próstata, facilitando o esvaziamento da bexiga no pós-operatório, com período mínimo de internação hospitalar na maioria dos casos.
Tendo em vista que os sintomas urinários são progressivos (isto é, pioram ao longo dos anos), os homens costumam se adaptar a essa situação através de idas mais frequentes ao banheiro e com restrição da ingesta de líquidos, evitando, assim, procurar auxílio médico. Essa é uma conduta desaconselhável, pois existe um risco de prejuízo à função da bexiga ao longo do curso da doença. A chamada “bexiga fraca” é uma complicação de difícil tratamento, que pode ser consequência da obstrução crônica gerada pelo aumento benigno da próstata e também pode estar relacionada ao processo de envelhecimento da bexiga. Dependendo do grau de comprometimento da bexiga, mesmo após tratamento cirúrgico, o jato urinário pode permanecer fraco.
Desta forma, ressalta-se a importância da avaliação urológica precoce para definir a melhor estratégia de tratamento e para prevenir complicações relacionadas ao aumento benigno da próstata. Prevenir é melhor do que remediar. Procure o seu urologista!