Segundo tipo de câncer mais comum na população masculina fará mais de 60 mil vítimas até o fim de 2017 segundo estimativas do INCA
Uma pesquisa realizada pelo Data folha, a pedido da Sociedade Brasileira de Urologia, o Instituto Oncoguia e a Bayer, revelou a principal preocupação dos torcedores homens brasileiros quando o assunto é saúde. Neste quesito, os torcedores entrevistados temem mais o câncer em geral (29%) e as doenças cardiovasculares (20%). Pouco se atentam ao câncer de próstata (10%), mesmo sendo o segundo tipo de câncer mais prevalente na população masculina – atrás apenas do câncer de pele não-melanoma – e que, até o final deste ano, atingirá mais de 60 mil homens, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
A pesquisa utilizou o futebol, paixão nacional, para falar de um assunto que ainda é sensível aos homens. Na tentativa de identificar os motivos que impedem os brasileiros de cuidar da saúde de forma adequada, o instituto Datafolha entrevistou homens que frequentam os estádios de futebol para identificar alguns desses aspectos comportamentais.
Apesar de 76% identificarem o toque retal como um exame importante para o diagnóstico da doença, cerca de 48% dos entrevistados afirmaram acreditar que o machismo é o principal motivo pelo qual os homens não fazem o exame. Além disso, outros 21% disseram não considerar o procedimento “coisa de homem” e 12% apontaram a vergonha e o constrangimento como impeditivos.
“Tais dados confirmam a necessidade de trabalhar a conscientização da população a fim de promover a prevenção e o cuidado com a saúde. O brasileiro precisa entender que o exame de toque é um procedimento simples, indolor e rápido, e que acima de tudo é essencial para o diagnóstico de qualquer alteração da próstata”, destaca o Doutor Archimedes Nardozza, Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.
Cuidados primários, como consultas e check-ups periódicos, são medidas responsáveis por prevenir e identificar doenças comuns ao envelhecimento da população masculina. Os resultados mostram que embora 62% dos entrevistados afirmem já ter ido ao urologista, 34% não fazem o acompanhamento recomendado pelos médicos pois se consideram saudáveis. E um dado que preocupa: entre os entrevistados com mais de 60 anos, cerca de 27% nunca fizeram o exame de toque.
Segundo a SBU, a falta de periodicidade nas visitas ao urologista contribui para uma detecção tardia do câncer de próstata, já que muitas vezes a doença é silenciosa não apresentando sinais ou sintomas. “O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais atinge os homens e mesmo assim eles negligenciam o cuidado e a prevenção”, ressalta o médico.
Apesar de reconhecerem a importância do exame, apenas 51% daqueles que se consultaram com o especialista de fato fizeram o exame de toque retal. “O câncer de próstata é um dos tipos mais prevalentes e, assim como em outros tipos de neoplasias, pode ser combatido mais facilmente quando detectado precocemente. Por isso, fazer a prevenção é essencial”, afirma Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia que presta suporte e auxílio aos pacientes com câncer.
A pesquisa foi realizada nas sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Recife) com maior incidência da doença segundo o INCA, e entrevistou 1.062 homens acima dos 40 anos.
Principais dados da pesquisa
- Entre os entrevistados com mais 60 anos, apenas 27% já fizeram o exame de toque.
- 32% dos entrevistados não conhecem nenhum sintoma do câncer de próstata.
- No caso de um diagnóstico de câncer de próstata avançado, 14% dos homens não desanimariam e buscariam tratamento médico, enquanto que a mesma porcentagem não saberia o que fazer.
- O maior percentual de visitas ao urologista está entre os soteropolitanos (70%), já os curitibanos são os que menos se consultam com esse especialista (53%).
- Os mineiros são os mais conscientes sobre o câncer de próstata, 87% dos entrevistados indicaram ser o tipo de câncer mais comum entre os homens acima dos 40 anos.
- Os mineiros são maioria na adesão ao exame de toque, cerca de 67% dos entrevistados.
- 74% dos recifenses afirmaram nunca terem feito o exame de toque retal.
- As capitais que mais alegaram não realizar o exame por não ser “coisa de homem” são Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.
Fonte: Portal da Urologia