A presença de cálculo no trato urinário, chamada de urolitíase, possui alta prevalência, o que a torna uma das principais doenças na Urologia.
Sua incidência pode chegar até 20% em alguns países, apresentando grandes variações conforme fatores geográficos, climáticos, étnicos, alimentares e genéticos.
Além dessa alta prevalência, a taxa de recidiva pode chegar a 50%. Portanto os fatores envolvidos são de fundamental avaliação, visto que podemos tentar reduzir esse risco de desenvolvimento e recidiva.
“ (…) A maioria dos cálculos urinários é composta de cálcio, muitas vezes visíveis em radiografias de abdome. Porém alguns pacientes possuem cálculos não visualizados no raio-X, esses podem apresentar outras composições, como ácido úrico e elementos relacionados a drogas”
O diagnóstico dessa condição varia com a situação que leva à procura pelo médico. Em quadros de dor aguda (cólica renal), a primeira conduta é o alívio imediato da dor, seguido pela realização de exames laboratoriais de sangue, urina e imagem do trato urinário. O exame com menores riscos e menos invasivo é a ecografia (ultrassonografia), sendo essa usada na maioria dos serviços como primeiro exame. A radiografia de abdome simples também pode ser uma boa opção nessa avaliação inicial. No entanto alguns casos podem deixar dúvidas ou exigir uma avaliação com mais detalhes, sendo necessária a realização de uma tomografia computadorizada.
De acordo com os dados clínicos, laboratoriais e a imagem, definiremos a melhor conduta para cada caso. Sendo que o tratamento pode variar desde a observação e seguimento até a necessidade de um procedimento cirúrgico de emergência.
Tratamento
A maioria dos pequenos cálculos (<5mm) que se apresenta no canal da urina entre o rim e a bexiga (ureter) evolui com eliminação espontânea durante um determinado período, que pode chegar a seis semanas. Se as condições permitirem, esses pacientes podem ser apenas acompanhados, ficando a remoção do cálculo indicada em situações específicas.
Quanto maior o cálculo, menor é a chance de passagem espontânea, sendo muitas vezes necessária a realização de procedimentos, como litotripsia extracorpórea (máquina que emite energia em forma de ondas externas ao corpo e fragmenta o cálculo), ureterolitotripsia (cirurgia que consiste na introdução de um aparelho pelo canal da urina para quebra do cálculo com uso de energia a laser) e outras modalidades mais invasivas que felizmente são menos frequentes (cirurgia aberta ou videolaparoscópica).
Prevenção
Assim como o tratamento dos casos agudos é importante, a prevenção de formação de novos cálculos é de igual relevância, pois até metade dos pacientes pode voltar a ter cálculos. Portanto a avaliação médica pelo urologista após o tratamento da cólica renal é indispensável. A investigação dos fatores associados irá auxiliar na tentativa de reduzir a formação de cálculos durante toda a vida.
Medidas simples, como aumentar o consumo de água (cerca de 2 a 2,5 litros por dia) e reduzir a ingesta de sódio (sal) e proteínas (carnes em geral), apresentam sucesso na prevenção de todos os cálculos urinários. Outras medidas e medicamentos podem auxiliar, mas necessitam de uma avaliação completa antes de serem estabelecidos.
Pacientes portadores de urolitíase devem sempre estar atentos a essas orientações, assim como a população em geral. Sempre que tiver alguma suspeita desse diagnóstico, a avaliação pelo urologista irá esclarecer todas as dúvidas e será imprescindível para o melhor tratamento.
Dr. Fernando Meyer – Curitiba, PR
Fonte: Portal da Urologia